Perguntas e Respostas

Perguntas respondidas pela Dra. Jerusa Alecrim, médica especializada em acupuntura, pediatria e no tratamento da dor de cabeça, enxaqueca e outras dores usando técnicas de acupuntura, medicamentos e neurociência.

EnxaquecaO diagnóstico da enxaqueca se faz pela história clínica e exame físico do paciente. Nenhuma alteração aparece nos exames laboratoriais ou de imagem, portanto, é muito importante que qualquer pessoa que apresente dor de cabeça, seja ela recente ou antiga, consulte um médico especialista. As dores de cabeça podem ser sintomas de doenças graves no corpo (exemplos: infecções, tumores, hemorragia cerebral), como também podem não ter uma causa bem definida. Neste caso estão a cefaleia tensional e a enxaqueca.

Olá, queridos amigos e pacientes,

Hoje estou aqui para falar de um assunto importante, visto que praticamente 100% das pessoas terão dor de cabeça pelo menos 1 vez na vida.

Vocês sabiam que anualmente as dores de cabeça atingem mais da metade da população mundial, ou seja, de cada duas pessoas, uma pode ter cefaleia?

Pois é. As dores de cabeça são mais comuns do que se podia imaginar até recentemente. Além disso, a Organização Mundial da saúde classifica que a enxaqueca é a 9ª doença mais debilitante do mundo.

A sensação dolorosa na cabeça, no pescoço e na face é popularmente conhecida como dor de cabeça e cientificamente denominada cefaleia. Existem quase 200 tipos diferentes de dores de cabeça. A cefaleia tensional e a enxaqueca são as cefaleias mais conhecidas e frequentes em todos os países do mundo.

Mas, e vocês, sabem a diferença entre cefaleia tensional e enxaqueca?

Vamos lá! Eu conto para vocês!

Cefaleia Tensional

A Cefaleia Tensional é o tipo mais comum de dor de cabeça. Em geral, essa dor de cabeça se apresenta como sensação de pressão e aperto na testa e nas partes laterais da cabeça e, na maioria dos casos, não é latejante. É mais frequente em homens. Ao contrário da enxaqueca, não afeta tanto as atividades profissionais, sociais e escolares dos pacientes. Em compensação é a dor que mais desencadeia a prática da automedicação. Muitos indivíduos chegam a desenvolver uma dor crônica por dependência de medicamentos analgésicos como resultado do uso frequente dos mesmos.

Enxaqueca

A enxaqueca é uma doença crônica que evolui em crises, caracterizada pela presença de dor na cabeça, mais frequentemente na parte lateral, geralmente unilateral, latejante, com duração variável de 4 a 72 horas, acompanhada de náuseas, aumento da sensibilidade à luz, ruídos e cheiros. Em muitos pacientes, a dor é precedida por sintomas visuais (visualização de sinais luminosos e outros).
A causa da enxaqueca é desconhecida. Sabe-se apenas que algumas pessoas têm uma predisposição a desenvolver crises de dor quando submetidas a certos estímulos, tais como: alguns alimentos (queijos, chocolates), bebidas alcoólicas, atividade física e, principalmente, após situações estressantes. Também há um componente genético. É mais frequente em mulheres (3:1).

O próximo passo é se cuidar. Se você sofre de uma dessas patologias, lembre-se, elas podem ser tratadas.

Aqui na minha clínica, Clínica Alecrim, eu costumo associar vários recursos (medicamentos- procedimentos-educação) com o intuito de aliviar o mais rápido possível o sofrimento gerado pelas dores de cabeça nos meus pacientes.

Conte comigo caso precise de ajuda! Juntos podemos “domar” as suas dores de cabeça.

Um abraço e até mais!

Dra. Jerusa Alecrim

Attractive woman holding her headA enxaqueca é um tipo de doença que acomete entre 10% e 20% da população mundial e se caracteriza pela presença de dor de cabeça latejante, de localização unilateral e variável (pode ser nas têmporas, olhos, nuca) que dura de 4 a 72 horas, frequentemente acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, ruído, cheiros (sobretudo os adocicados) e precedida, algumas vezes, de alterações visuais.

Em primeiro lugar é importante que se saiba qual o tipo de dor de cabeça e a sua provável causa.

Consultar-se com um especialista em dor de cabeça é importante. Medicar a si mesmo sem orientação médica pode trazer complicações, desde a dependência do uso dos analgésicos até o retardo de tratamento adequado para patologias mais graves.

A dor de cabeça mais frequente na população é a cefaleia de tensão. O nome já diz: dor de cabeça provocada pela tensão do dia a dia, pelo estresse que promovem contração da musculatura da região do tronco, cabeça e pescoço e acaba resultando em dor.

As dores de cabeça podem ser curadas ou tratadas.

1) Pesquisas comprovam que a atividade física é fundamental na redução do estresse, na promoção da sensação de bem-estar, na melhoria do sono, no controle do peso e na prevenção do câncer. Arranje um tempo na sua agenda para mexer o corpo. Ele precisa de movimentos…

2) Diversos estudos já demonstraram que a acupuntura e a neuromodulação ajudam no sono e no controle do estresse;

3) Tomar um chá relaxante 30 minutos antes de dormir pode ajudar muito. Algumas ervas possuem esse efeito sobretudo na quando são usadas frescas ou ressecadas. Por exemplo, o capim cidreira, erva cidreira, hortelã.

4) Há pesquisas que mostram que a aromaterapia (banhos aromáticos, inalação do óleo essencial de lavanda) também pode ajudar as pessoas a dormirem melhor.

5) Descansar e praticar atividades de lazer ajuda muito no sono e controle do estresse.

HeadacheSim, alguns estudos mostram que entre 40% e 82% das crianças apresentam pelo menos um episódio de cefaleia em um período de um ano.

Como a cefaleia infantil se manifestaA manifestação clínica da cefaleia depende do tipo. As agudas decorrentes de processos infecciosos estão associadas à febre e outros sintomas. As agudas decorrentes de processos tumorais apresentam-se em crises com aumento progressivo da intensidade e duração da dor. A enxaqueca, em geral, vem acompanhada de vômitos, náuseas, hipersensibilidade à luz e barulho e, às vezes, alterações visuais. A enxaqueca evolui em crises que duram, nas crianças, de 1 a 48 horas e a frequência das crises é variável em cada paciente.

A-cefaleia-pode-ser-considerada-hereditáriaHá vários tipos de cefaleias, inclusive na infância. Um dos tipos comuns em crianças é a enxaqueca. Na enxaqueca, vários estudos apontam a existência de história familiar positiva entre 63% a 90% dos pacientes. Acredita-se que haja vários tipos de heranças genéticas implicadas na gênese da enxaqueca.

A-cefaleia-infantil-tem-cura-ou-pode-ser-tratadaDepende do tipo de cefaleia. As decorrentes de processos febris poderão ser curadas. As secundárias, ligadas a processos tumorais, dependerão do estágio e tipo de tumor. A enxaqueca não tem cura, apenas é possível reduzir o número e intensidade das crises, apesar de alguns estudos mostrarem que pode ocorrer na adolescência, em alguns casos, a remissão completa.

Como diminuir as dores de cabeça nas criançasNa infância, podemos encontrar as cefaleias agudas e as crônicas recorrentes. Dentro das agudas, as mais frequentes são as febris relacionadas a processos infecciosos. Nestes casos, o processo infeccioso tem que ser tratado e pode ser administrado um analgésico, como o paracetamol ou dipirona, por exemplo. No caso das cefaleias crônicas, as mais frequentes são a enxaqueca e a cefaleia tensional episódica. As crises de enxaqueca de leve intensidade podem ser resolvidas apenas com o repouso e sono da criança em quarto silencioso, bem ventilado e escuro. As crises de moderada intensidade podem requerer adicionalmente o uso de analgésicos comuns (exemplo: paracetamol) ou anti-inflamatórios não hormonais. Nas cefaleias tensionais, podem ser usados os analgésicos, massagem e acupuntura médica.

atividade-física-que-provoca-dores-de-cabeçaExiste um tipo de cefaleia que é provocada pelo exercício físico, mas este tipo não costuma ocorrer na infância. Uma criança nunca deve exceder nas atividades físicas.

Videogame-provoca-dor-de-cabeça-nas-criançasNão existe nada comprovando até o momento de que aparelhos eletrônicos possam provocar cefaleia.

imagem-8O tratamento dependerá do tipo de cefaleia, mas, tanto na enxaqueca como na cefaleia tensional, já está comprovado o resultado positivo da acupuntura médica.
Nas crianças, os episódios de dor podem ser prevenidos com as seguintes medidas:

a)   evitar a deprivação do sono (dormir pouco);

b)  evitar dormir muitas horas seguidas;

c)   evitar certos alimentos;

d)  evitar jejum prolongado;

e)   evitar excesso de atividades extracurriculares;

f)   não fazer uso abusivo de analgésicos;

g)  evitar as atividades físicas excessivas;

h)  Usar técnicas de relaxamento, massagem e biofeedback;

i)    Psicoterapia é indicada para crianças que apresentam ansiedade.

Muitas crianças adoram ver televisão, jogar videogame e mexer no computador. Estes equipamentos podem causar dores de cabeçaOs estressores psicossociais, como provas escolares, problemas na dinâmica familiar, dificuldades no relacionamento social, excesso de atividades extracurriculares e o abuso de analgésicos e cafeína constituem fatores importantes no agravamento da enxaqueca, transformando-a numa cefaleia de ocorrência diária ou quase diária. Estes fatores devem ser abordados com o objetivo de se evitar a evolução para uma cefaleia crônica na criança.

imagem-10Sempre terão que ser abordados os fatores que podem ter levado a criança a um quadro de dor crônica.

Essa criança terá que resgatar uma condição de vida mais saudável, tanto no aspecto físico, quanto no psicológico e emocional. O tratamento profilático com medicamentos para a enxaqueca em crianças ainda tem evidência fraca de eficácia terapêutica.  A acupuntura médica já tem eficácia terapêutica comprovada, como também técnicas de relaxamento, psicoterapia do tipo cognitivo-comportamental e a prática regular de atividades físicas.

Não. Podemos apenas falar em controle da frequência, da intensidade e dos sintomas associados às crises de enxaqueca. O paciente com enxaqueca possui uma predisposição de apresentar as crises diante de uma grande variedade de estímulos internos e externos, tais como: variações hormonais, estresse, consumo de alguns alimentos, estímulos sensoriais (luminosidade excessiva, ruídos, cheiros), alterações do ritmo do sono (dormir demais ou menos que o habitual), consumo de álcool e de alguns aditivos químicos (glutamato monosódico- substância adicionada a diversos alimentos industrializados e produtos usados na preparação das comidas chinesas e japonesas), etc.

Normalmente, as crises são desencadeadas devido a uma associação de fatores, e não a um estímulo isolado.

É uma desagradável experiência sensorial e emocional, relacionada ou não com um potencial dano de estruturas do corpo. Explicando melhor: muitas pessoas dizem sentir dor mesmo na ausência de danos teciduais (na estrutura orgânica do corpo) ou qualquer causa fisiopatológica explicável. Normalmente, isso acontece por razões psicológicas. A dor é sempre uma experiência subjetiva.

A dor não é simplesmente um sinal de lesão, mas acima de tudo, é um sinal de que o organismo demanda reparo e recuperação”. (http://acupunturacontemporanea.blogspot.com/2007/12/dor_29.html)

O planejamento de tratamento da dor deve ser sempre individualizado. Esta é a conduta adotada na Clínica Alecrim. O tratamento quase sempre contempla a integração de várias terapias, medicamentosas ou não, e de vários profissionais. Além da intervenção física, consideramos sempre a abordagem cognitiva e emocional do paciente, pois isto é fundamental na sua recuperação. Sempre orientamos o que pode ser feito para que o quadro doloroso não retorne no futuro. A prevenção da dor é um de nossos principais focos.

Não. Porém, a acupuntura pode auxiliar muito o paciente em tratamento de câncer. Os efeitos da acupuntura no controle da náusea provocada pela quimioterapia e radioterapia já foram largamente comprovados em pesquisas científicas. A acupuntura melhora a ansiedade, sono, alivia sintomas de estresse e aumenta a imunidade, contribuindo dessa forma para a melhora dos pacientes com câncer, inclusive dos pacientes terminais.

A enxaqueca deve ser tratada durante as crises e em alguns casos deve ser feito o tratamento preventivo para evitar as crises de enxaqueca. Nas crises, os medicamentos para combater a dor, as náuseas e os vômitos são imprescindíveis e a acupuntura deve ser usada como um complemento no controle dessas manifestações. Para a prevenção das crises, a acupuntura pode ser o tratamento mais importante, porém, muitas vezes podemos associar outros recursos para acelerar a melhora do paciente, tais como medicamentos alopáticos, naturais, toxina botulínica, técnicas de relaxamento, correção postural, psicoterapia e outros. Na Clínica Alecrim orientamos cada paciente a respeito do melhor tratamento para ele.

A acupuntura médica pode e deve ser utilizada pelo paciente. Os resultados já estão comprovados por inúmeros trabalhos científicos.

Após a avaliação clínica, pontos estratégicos serão selecionados no corpo do paciente. Os tratamentos na Clínica Alecrim são sempre individualizados, não há formulações fixas. Cada paciente adoece de uma maneira diferente. Na Clínica Alecrim, os pontos e tipos de estímulos a serem utilizados podem variar de uma sessão para outra, e em vários casos será colocada estimulação elétrica nos pontos sobre as agulhas para potencializar os efeitos do agulhamento.

Os pontos são selecionados após a avaliação de cada paciente. Os pontos para o tratamento poderão estar localizados em qualquer parte do corpo, tais como: cabeça, tronco, mãos, pernas e pés. Muitos pacientes apresentam, além da dor de cabeça, alterações da articulação temporo-mandibular, tensão nas costas, alterações do sono, transtornos do humor. Tudo isso será levado em consideração na hora de escolher os pontos a serem estimulados para promover a melhora do paciente. Na Clínica Alecrim cuidamos do paciente como um todo, não apenas da sua dor.

Os riscos da acupuntura estão diretamente ligados ao nível de qualificação do profissional que aplica a técnica. Pacientes hemofílicos ou com distúrbios de coagulação não devem ser tratados. Há riscos de lesão de órgãos, infecções e do retardamento de tratamento adequado. Nem todos pacientes devem ser tratados com acupuntura. Antes de se submeter à acupuntura, o paciente deve passar por uma avaliação diagnóstica por médico. Na Clínica Alecrim você será atendido por uma médica experiente na prática da acupuntura e somente serão utilizados materiais estéreis e descartáveis no seu tratamento.

Atualmente, o termo mais adequado para classificar a Acupuntura seria o de “terapia complementar”, pois o termo “alternativo” supõe exclusão. Como médica, acredito que temos que usar de todos os recursos possíveis com o intuito de minimizar o sofrimento dos nossos pacientes. No caso dos pacientes que sofrem com fortes e frequentes crises de enxaqueca, o uso da acupuntura associada ao uso dos medicamentos seria o ideal. Mas, ambas as coisas devem ser feitas de maneira criteriosa. É essencial que os tratamentos sejam executados por médicos qualificados.

Depende de cada caso e das metas do tratamento. Nos nossos estudos na Unicamp, verificamos que 16 sessões de acupuntura em três meses de tratamento ajudaram a reduzir o número de crises de enxaqueca por longo tempo, quase um ano após o término do tratamento. Porém, cabe ressaltar que apenas poucos pacientes ficaram totalmente sem crises de enxaqueca. É provável que tratamentos mais prolongados possam melhorar ainda mais esses pacientes. Pois, no nosso último estudo, verificamos que a queda no número de crises de enxaqueca cessou quando o número de sessões foi reduzida de 7 para uma sessão por mês. Serão necessárias mais pesquisas para se definir isso com mais precisão. Há também relato de casos de pessoas que não respondem à acupuntura. Na Clínica Alecrim usamos todos os recursos disponíveis atualmente para cuidar dos nossos pacientes. Os pacientes que não responderem à acupuntura poderão ser tratados com medicamentos alopáticos ou naturais, toxina botulínica e outros recursos.

Mesmo após a suspensão da aplicação da acupuntura, os resultados alcançados no período de tratamento persistem por um ano no mínimo. Um estudo da Dra. Jerusa Alecrim mostrou isso.

Sim. A acupuntura ajuda na redução da náusea, dos vômitos, da intensidade e frequência das dores.