Quem perder o olfato deve entrar imediatamente em quarentena

Assim afirmou Tim Spector, professor pesquisador catedrático do King’s College London and ZOE após análise dos dados de um estudo desenvolvido com a finalidade de encontrar sinais de alerta precoces de infecção pelo COVID-19.

Os pesquisadores analisaram dados provenientes de 1,5 milhão de pessoas que submetiam diariamente seus dados de saúde em um aplicativo chamado COVID-19 Sympton tracking app.

Entre os dias 24 e 29 de março de 2020, cerca de 400.000 pessoas, cerca de 26% dos usuários do app relataram um ou mais sintomas (53% relataram fadiga/cansaço, 29% tosse persistente, 28% falta de ar, 18% perda de olfato ou paladar e 10,5% febre). Desses, 1702 reportaram teste positivo para COVID-19 e 1.123 tiveram teste negativo.

Os dados mostraram que 59% dos pacientes que tiveram o teste para COVID-19 positivo, relataram perda do olfato em contraposição a somente 18% das pessoas que tiveram teste negativo para essa doença. Esses resultados mostraram que a perda do olfato é um fator preditivo muito mais forte para COVID-19 que a febre, tosse persistente, dor abdominal, perda de apetite, diarreia e fadiga.

Quando combinados aos outros sintomas, pessoas com perda de olfato parece ter 3 vezes mais chance de ter contraído COVID-19 segundo os dados dessa pesquisa. Portanto, o Professor Tim Spector recomenda que essas pessoas entrem em quarentena para reduzir a disseminação dessa doença no meio familiar ou na comunidade mesmo antes de que tenham sido testados laboratorialmente.

Antes do King College of London realizar essa pesquisa, vários alertas haviam sido dados nesse sentido. O Dr. David Brann, do Departamento de Neurobiologia da Universidade de Harvard publicou um artigo onde apontava para os possíveis mecanismos pelos quais uma infecção pelo coronavirus (CoV-2) poderia conduzir a perda de olfato e outras formas de disfunção do sistema olfatório.

Duas Sociedades Médicas Britânicas (Ear, Nose and Throat Society of the UK e a British Rhinological Society) nessa segunda quinzena de março também já haviam alertado para a existência de uma forte associação entre a infecção pelo coronavirus (CoV-2) e a perda ou redução do olfato.

Nessa mesma semana de março a Academia Americana de Otorrinolaringologia já havia proposto que a perda, redução e distorção do olfato deveriam ser adicionados aos exames de triagem de infecção pelo coronavirus (CoV-2), preconizando o urgente isolamento de pessoas com esses sintomas.

Concluindo, nessa situação de pandemia, os conhecimentos produzidos por essas importantes instituições de pesquisa, não devem ser desprezados.

#estamosjuntos e #fiqueemcasa

Fontes:

https://www.entuk.org/sites/default/files/files/Loss%20of%20sense%20of%20smell%20as%20marker%20of%20COVID.pdf

  • Anosmia, Hyposmia, and Dysgeusia Symptoms of Coronavirus Disease, 2020.

https://www.entnet.org/content/coronavirus-disease-2019-resources