Resilência e o Estresse

Resiliência

Atualmente, em uma época onde as pessoas desempenham várias funções e tarefas ao mesmo tempo e possuem diversas responsabilidades, obrigações e compromissos, um dos conselhos mais comuns é: “Seja resiliente!”.

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Mas afinal, o que significa ser resiliente?

Resiliência é a capacidade do indivíduo em lidar e superar as adversidades. Quanto maior a resiliência, maior a capacidade de superação.

Quando uma pessoa supera um desafio e mantém um nível adequado de estresse, ela é resiliente. Contudo, esta capacidade deve ser desenvolvida e treinada cotidianamente.

A resiliência não depende apenas da “força de vontade” do indivíduo, senão que depende especialmente do aumento das conexões entre os neurônios.

A resiliência e o nosso cérebro

O cérebro é a estrutura viva mais completa e fascinante do universo. Ele faz parte do sistema nervoso, que é o responsável pela regulação de todas as funções do corpo, pelas emoções e pelos pensamentos.

O sistema nervoso é uma grande rede de neurônios que funciona de forma integrada; e todos os estímulos internos e ambientais (externos) são transformados em circuitos elétricos, meio pelo qual todas as informações são processadas e respondidas pelo cérebro.

Todos os estímulos que recebemos aumentam as conexões entre os neurônios, sobretudo os que se dão de forma repetitiva; é assim são criadas as redes neurais. Muitas dessas “informações” processadas são armazenadas e integradas pelo cérebro; formando assim uma “memória”.

Nesse sentido, a partir do aumento dessas conexões entre neurônios, que pode ser observado fisicamente através do aumento da massa cinzenta do cérebro, ocorre o aumento da capacidade de resiliência no indivíduo.

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Estresse, meditação e resiliência

Um pouco de estresse é importante na vida. Ele nos estimula a reagir em situações adversas e de risco; como também nos faz buscar soluções quando enfrentamos dificuldades. O problema é o excesso de estímulos estressores por um período prolongado.

O estresse pode ser controlado de diversas maneiras. Com exercícios respiratórios, com exercícios físicos, com o desenvolvimento da nossa habilidade em lidar com as adversidades, com a psicoterapia, com momentos de lazer, com técnicas de relaxamento, com práticas contemplativas (meditação), com o tratamento através de algumas técnicas como, por exemplo, a eletroneuromodulação periférica percutânea, a acupuntura e o neurofeedback; além dos medicamentos.

Entretanto, por um lado, o pensamento positivo e o otimismo ativam várias áreas e circuitos cerebrais. O exercício deste tipo de pensamento vai, aos poucos, mudando o funcionamento e a estrutura do cérebro; permitindo com que a pessoa sinta-se melhor, aumentando a sensação de satisfação e de bem estar e desenvolvendo a capacidade da resiliência.

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Por outro lado, a meditação colabora igualmente nesse processo de treino do cérebro. A contemplação que se faz através da meditação aumenta a espessura das massas branca e cinzenta em algumas regiões do cérebro.

Como vimos, o aumento de massa neural significa o aumento da capacidade do indivíduo em lidar com as adversidades. Exames de imagem/atividade cerebral mostraram que o início dessas mudanças nas redes neurais já pode ser observado com apenas uma semana da prática da meditação. Porém, as mudanças comportamentais decorrentes dessa mudança estrutural das redes neurais tardam mais em aparecer!

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Pesquisas apontam que a tranquilidade demonstrada pelos monges tibetanos é provavelmente consequência das redes neurais desenvolvidas através da meditação cotidiana que os torna mais resilientes e, consequentemente, menos vulneráveis aos efeitos deletérios do estresse. Os estímulos estressores são processados pelo sistema nervoso e seus efeitos são minimizados pela capacidade dessas pessoas em lidar com as adversidades.

Neuromodulação e Neuroplasticidade

Mais recentemente, com o avanço dos conhecimentos na neurociência, sabemos que algumas funções inadequadas do cérebro podem ser alteradas, mudadas.

Os estímulos sejam eles cognitivos, afetivos, sonoros, por imagem, elétricos, pelo exercício físico, pelo treino de um instrumento musical, entre outros, alteram o funcionamento e estrutura do sistema nervoso. Na neurociência chamamos esse fenômeno de neuromodulação.

Esses estímulos, com o tempo, pela repetição acabam mudando em definitivo o funcionamento do sistema nervoso, normalizando-o ou fazendo com que novas capacidades sejam desenvolvidas. A esse tipo de mudança mais persistente denominamos neuroplasticidade.

Portanto, neuroplasticidade é a capacidade do sistema nervoso de mudar a sua forma de funcionamento. Resumindo, o treino, os estímulos levam a mudanças definitivas no cérebro, até mesmo às mudanças da nossa carga genética herdada.

 

E você? O que você tem feito para superar o estresse e aumentar a sua resiliência?Gostou do texto? 

Ficou com alguma dúvida? Pergunte!